O Programa de Vocação Científica (Provoc) foi criado em 1986 pela Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Como pioneiro na iniciação científica para estudantes do ensino médio, o Provoc se tornou uma referência para várias instituições de pesquisa. Entre elas a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), que mais tarde se tornou um programa de bolsas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) para o ensino médio.
Objetivos do Provoc
O Provoc tem como objetivo oferecer aos estudantes do ensino médio a oportunidade de vivenciar ambientes de pesquisa e conhecer o dia a dia dos pesquisadores. Essa experiência prática incentiva os jovens a seguirem carreiras científicas, especialmente nas áreas de pesquisa em saúde e desenvolvimento tecnológico.
Experiência e Comemoração
Em 2016, o Provoc comemorou 30 anos, acesse aqui o PDF do capítulo do livro que conta parte dessa história.
Desafios e Aprendizados
No início, havia muitas dúvidas sobre o tempo de permanência dos estudantes nos laboratórios, as atividades mais apropriadas, os critérios de seleção, e como definir o par estudante-pesquisador. Essas questões foram resolvidas através de experimentação, registro, reflexão, avaliação e diálogo entre pesquisadores, profissionais de escolas, estudantes e pedagogos da EPSJV. Assim, foi construído um modelo eficaz para iniciar jovens nas ciências aplicadas à saúde.
A Evolução do Provoc na Fiocruz
O Programa de Vocação Científica (Provoc) na Fiocruz começou com grande entusiasmo, atraindo muitos novos parceiros. Cientistas da Fiocruz e escolas interessadas estabeleceram convênios para encaminhar estudantes ao Programa.
Expansão e Diversificação
Inicialmente, o Provoc focou na área biomédica, onde a Fiocruz é mais reconhecida. Pesquisadores de várias áreas, como saúde coletiva, epidemiologia, computação científica, história da saúde e infectologia, passaram a participar do Programa.
Parcerias com Instituições de Ensino
Para expandir o alcance do Provoc, foi necessário aumentar as parcerias com escolas. Em 1987, o Centro Educacional Anísio Teixeira (Ceat), uma escola particular no Rio de Janeiro, firmou convênio com a Fiocruz. Em 1990, o Colégio Pedro II, o Colégio de Aplicação da UFRJ e outras escolas privadas, como o Colégio São Vicente de Paulo, se juntaram ao Provoc.
Inclusão de Estudantes da Rede Pública
A partir de 2000, a coordenação do Provoc buscou incluir estudantes da rede pública de ensino de Manguinhos, através de convênio com Organizações da Sociedade Civil. Firmaram convênios também com o Centro de Estudos e Ações Solidárias da Maré (Ceasm), a Rede de Empreendimentos Sociais para o Desenvolvimento Socialmente justo, Democrático e Sustentável (Rede CCAP) e a Rede de Desenvolvimento da Maré (Redes da Maré).
Expansão Recente
Em 2007, o Colégio Pedro II expandiu suas unidades em Niterói, Realengo e Duque de Caxias, integrando-as ao Provoc. Desde 1986, o Provoc tem funcionado ininterruptamente no Rio de Janeiro. Em 2022 e 2023, cerca de 100 estudantes ingressaram na Etapa de Iniciação e 40 na Etapa Avançado.
O Provoc além da Fiocruz e do Rio de Janeiro
O sucesso do Programa de Vocação Científica (Provoc) da Fiocruz ultrapassou os muros da instituição. Na década de 1990, uma fundação de fomento científico e cultural no Brasil propôs à Escola Politécnica a coordenação de um projeto para disseminar o modelo do Provoc em outras áreas além da saúde. Com isso, o Provoc foi implementado em institutos científicos da Fiocruz na Bahia, Minas Gerais e Pernambuco.
Abertura para Novas Áreas
No final da década de 1990, o Provoc começou a ser experimentado em áreas como física, química, geologia, matemática e informática. Desde então, o Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF) adotou o modelo Provoc. A Fiocruz também nacionalizou o programa nos institutos Gonçalo Muniz (BA), René Rachou (MG) e Aggeu Magalhães (PE).
Parcerias com Outras Instituições
A disseminação do Provoc foi além da EPSJV. Nos anos 1990, os Colégios de Aplicação da Uerj e da UFRJ estabeleceram programas de iniciação científica no ensino médio. Em Minas Gerais, o Colégio de Aplicação da UFMG desenvolveu seu próprio programa de iniciação científica em parceria com o Instituto René Rachou da Fiocruz.
Inspiração para Outros Programas
Em 1999, a Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro criou o programa Jovens Talentos para a Ciência, inspirado no Provoc, levando a iniciação científica a diversas instituições no estado. Em 2010, o CNPq lançou o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica no Ensino Médio (Pibic-EM), ampliando o alcance do Provoc nacionalmente.
Estruturação para Crescimento Nacional
Desde 2010, a iniciação científica na educação básica cresceu no Brasil. Em 2018, a Escola Politécnica, responsável pela coordenação do Provoc, planejou adequar o Programa à dimensão nacional da Fiocruz, presente em 10 estados. A pandemia de Covid-19 evidenciou a importância da educação científica, levando à criação da Rede Provoc Luiz Fernando Rocha Ferreira da Silva durante o isolamento.
A Rede Provoc
Atualmente, a Rede Provoc conta com 9 unidades regionais: Fiocruz Amazônia, Fiocruz Bahia, Fiocruz Ceará, Fiocruz Brasília, Fiocruz Mato Grosso do Sul, Fiocruz Minas Gerais, Fiocruz Pernambuco, Fiocruz Piauí e Fiocruz Rondônia. Estas unidades trabalham em parceria com várias escolas públicas, recebendo grande número de estudantes anualmente nas Etapas Iniciação e Avançado.
Iniciação Científica em Duas Etapas: Iniciação e Avançado
O Programa de Vocação Científica (Provoc) da Fiocruz oferece iniciação científica para jovens do ensino médio, dividida em duas etapas: Iniciação e Avançado.
Etapa Iniciação
A Etapa Iniciação é destinada a estudantes do primeiro ano do ensino médio que passam por um processo seletivo focado em seu interesse na pesquisa. Com duração de 12 meses, começando em agosto, os estudantes participam semanalmente de atividades num dos diversos ambientes de pesquisa da Fiocruz. Eles estudam literatura científica, acompanham pesquisadores e, eventualmente, realizam práticas científicas sob a orientação de orientadores experientes. No final dessa etapa, os estudantes apresentam suas experiências na Jornada de Iniciação Científica.
Etapa Avançado
A Etapa Avançado é opcional e tem duração de 23 meses. Ela começa após a conclusão da Etapa Iniciação. Os estudantes selecionados desenvolvem subprojetos de pesquisa e apresentam seus resultados em eventos científicos. Em 12 meses, apresentam resultados parciais e, ao final, os resultados finais que são avaliados por uma banca de especialistas.
Acompanhamento Regular no Provoc
As coordenações das Etapas Iniciação e Avançado realizam reuniões regulares com os estudantes para acompanhar sua formação, participação nas atividades e compreensão do trabalho de pesquisa científica e tecnológica.
Contato Permanente
O contato constante com alunos, orientadores e coordenações das escolas permite identificar e resolver problemas rapidamente, evitando a evasão dos estudantes do programa.
Como Ingressar no Provoc Fiocruz
Para participar do Provoc, os estudantes devem estar matriculados no primeiro ano do ensino médio em instituições de ensino conveniadas à Rede Provoc Fiocruz.
Provoc em Números
Em 38 anos de existência, cerca de mil pesquisadores participaram do Provoc, orientando mais de 2 mil estudantes de 15 instituições de ensino do Rio de Janeiro em 19 unidades de pesquisa da Fiocruz. Centenas de outros jovens e orientadores também participam do programa em centros regionais da Fiocruz. Em 19 de agosto de 2011, o Provoc comemorou 25 anos com o lançamento do Observatório Juventude, Ciência & Tecnologia.
