Ciências Agrárias

As CIÊNCIAS AGRÁRIAS é um campo de estudo que mistura a agronomia com ciências exatas e biológicas para aprimorar a produtividade, uso, preservação e manejo de recursos naturais. Tem uma atuação muito voltada para a pesquisa tecnológica e científica.

Compreende os cursos de agronomia, recursos florestais (incluindo engenharia florestal), engenharia agrícola, zootecnia, medicina veterinária, recursos pesqueiros e engenharia de pesca e de alimentos. É uma das áreas do conhecimento recomendadas para quem gosta de lidar com questões ambientais, preservação e desenvolvimento econômico.

A AGRONOMIA é a área que reúne técnicas para aprimorar produtos agrícolas e pecuários. Agrônomos são responsáveis pelo cultivo dos solos e participam de todo o processo de produção agrícola: desde o preparo das sementes até a distribuição da safra para o consumidor final. Com isso, existe na AGRONOMIA uma vasta possibilidade de atuação na área de pesquisa e atuação profissional em empresas especializadas no manejo agrário.

Profissionais da área devem ter conhecimentos em disciplinas como Biologia, Química, Matemática e Física, além de outras mais específicas como engenharia rural e florestal. Outra característica da AGRONOMIA é o desenvolvimento tecnológico com a chegada de novas pesquisas para produções no campo. Agrônomos devem buscar novas formas sustentáveis de combate às pragas, estratégias de colheitas, armazenamento e distribuição das safras.

Tão antiga quanto a humanidade, a agricultura sempre fez parte de povos e culturas em todo mundo. Indígenas, chineses, egípcios e maias já conheciam o potencial e as características de plantios e colheitas. Mas a AGRONOMIA surgiu como Ciência Agrária no século XVIII, quando botânicos e cientistas passaram a estudar a composição dos vegetais. Posteriormente, passaram a aplicar diferentes recursos para manipular a agricultura, tais como fertilizantes, compostos químicos e até mesmo modificações genéticas.

O primeiro a realizar experiências com as variações genéticas vegetais foi o botânico austríaco Gregor Mendel (1822-1884). Considerado o pai da genética, Mendel estudou o cruzamento de muitas espécies de plantas, e posteriormente, por meio da matemática, analisou a presença de características hereditárias. Entre as décadas de 1960 e 1970, a AGRONOMIA passou por novas modificações durante a Revolução Verde. Tal Revolução sintetizou um conjunto de medidas para aumentar a produção mundial da agricultura de países em desenvolvimento. Entre elas, uso de fertilizantes e pesticidas nas plantações, uso de sementes geneticamente modificadas e mecanização das lavouras. Os investimentos levaram o Brasil a se tornar um dos maiores produtores de soja, milho, algodão e laranja do mundo.

CIÊNCIA E TECNOLOGIA DOS ALIMENTOS é a área do conhecimento voltada para o processamento dos alimentos – da colheita ou abate até a prateleira do supermercado. Lida com o desenvolvimento dos produtos, a escolha do material no qual será embalado, os aditivos que devem ou não ser usados, a análise da qualidade dos alimentos e a data de vencimento.

Com o incremento cada vez maior das indústrias alimentícias e das técnicas de produção, a avaliação da qualidade da comida servida à população passou a demandar processos mais sofisticados e desenvolvidos, que impedissem que alimentos sem qualidade fossem parar na mesa da população. Muitas das questões dessa ciência estão relacionadas à agronomia, à nutrição e à medicina e, hoje, esse conhecimento é essencial à saúde pública. A maioria dos países possui órgãos especialmente dedicados à regulamentação alimentícia.

O profissional desta área deve conhecer muito bem os processos químicos, físicos e biológicos aos quais os alimentos estão submetidos, para assim planejar o que será feito com eles durante sua produção. É possível trabalhar em pesquisas acadêmicas e laboratoriais, na indústria e em órgãos regulamentadores da produção de alimentos, entre outras opções.

As CIÊNCIAS AGRÁRIAS é um campo de estudo que mistura a agronomia com ciências exatas e biológicas para aprimorar a produtividade, uso, preservação e manejo de recursos naturais. Tem uma atuação muito voltada para a pesquisa tecnológica e científica.

Compreende os cursos de agronomia, recursos florestais (incluindo engenharia florestal), engenharia agrícola, zootecnia, medicina veterinária, recursos pesqueiros e engenharia de pesca e de alimentos. É uma das áreas do conhecimento recomendadas para quem gosta de lidar com questões ambientais, preservação e desenvolvimento econômico.

Área que reúne habilidades da engenharia com as necessidades da agricultura, a ENGENHARIA AGRÍCOLA cria técnicas especiais para serem usadas no campo. Desde maquinários como tratores, moinhos, colhedoras e picadoras até armazéns e estufas, o engenheiro agrícola monta equipamentos para tornar a agricultura uma tarefa mais simples. Por isso, ele deve considerar todas as etapas de produção – desde o planejamento até a comercialização do produto final ao consumidor.

Além das máquinas usadas no plantio, controle de pragas, irrigação e colheita, os engenheiros agrícolas projetam ainda barragens e açudes, essenciais para irrigação ou geração de energia. Com apoio de profissionais de outras áreas, como Agronomia e Engenharia Ambiental, engenheiros agrícolas também realizam projetos e oferecem soluções para promover o desenvolvimento sustentável do agronegócio.

Criada para otimizar a produção rural, a ENGENHARIA AGRÍCOLA surgiu na Europa no início do século XX. O continente foi o primeiro a modernizar as colheitas, e as atividades no campo passaram a ser influenciadas por diversos tipos de profissionais, como engenheiros, físicos e geólogos. No início da década de 1930, os Estados Unidos despontaram como fabricante de novos equipamentos que facilitavam ainda mais as atividades agrícolas. No mesmo período foi criada na Bélgica uma comissão internacional especialmente para a área.

No Brasil, a maioria dos engenheiros direcionava trabalhos e pesquisas para as indústrias que começavam a surgir. Até que na década de 1970 foi criado no Brasil o primeiro curso de ENGENHARIA AGRÍCOLA, na Universidade de Pelotas, no Rio Grande do Sul. O objetivo era qualificar engenheiros e agrônomos para novos desafios da agricultura e das florestas, levando em conta contextos naturais, políticos, culturais e econômicos de cada região.

Responsável pela captura, manejo, conservação e comercialização de peixes e outros animais aquáticos, a ENGENHARIA DE PESCA é área que também administra ecossistemas fluviais ou marinhos de maneira sustentável. Por lidar diretamente com ecossistemas marinhos, engenheiros de pesca devem ter conhecimentos de disciplinas da Biologia e Química. Mas estudantes também encontram as ciências exatas no currículo do curso.

Formandos na área aprendem sobre a pesca feita em água doce e salgada, sobre a conservação de maneira adequada de animais marinhos e também, quanto ao aperfeiçoamento de sua comercialização. Engenheiros de Pesca podem ainda realizar pesquisas científicas em alto mar ou até mesmo observar características dos recursos naturais aquáticos, especialmente por intermédio da aquicultura, que cultiva plantas aquáticas e animais marinhos como peixes, moluscos, anfíbios e crustáceos para uso ou consumo humano. Também atuam em comunidades de pescadores para auxiliar em planejamentos socioeconômicos.

Fonte de importantes nutrientes para a manutenção da saúde, os peixes e frutos do mar sempre serviram de alimento para os homens, desde as primeiras civilizações. Com o intuito de ampliar o acesso a esses alimentos e conhecer um pouco mais sobre a dinâmica desses seres vivos, os povos passaram a ir aos rios e mares com técnicas e mecanismo de pescas mais eficientes. Os chineses foram os primeiros a comercializar peixes frescos, além de desenvolveram a criação dos animais para diversificar a economia.

A aquicultura – cultivo de peixes e outros animais aquáticos – foi aprimorada pelos italianos no século XV. Foi então que a ENGENHARIA DE PESCA surgiu no Mediterrâneo: os primeiros especialistas na área elaboram técnicas hidráulicas para a criação dos peixes, além de começarem a expandir conhecimentos sobre a reprodução e características biológicas dos animais marinhos. Já no século XX, as novas tecnologias e maquinários chegaram aos rios e mares para mudar ainda mais a dinâmica da ENGENHARIA DE PESCA. Atualmente, Canadá, Dinamarca e Islândia são alguns dos principais países que investem em recursos pesqueiros.

Tendo as florestas como principal objeto de estudo, a ENGENHARIA FLORESTAL não só estuda a proteção de grandes áreas cobertas de mata nativa, mas também gerencia de maneira sustentável produtos que esses ecossistemas podem oferecer. Especialistas na área atuam no desenvolvimento de pesquisas genéticas de sementes, manejo de recursos hídricos, seleção de mudas para plantio e reflorestamento, preparação do solo, entre outras formas de cuidados com a natureza.

Na ENGENHARIA FLORESTAL, outro importante recurso pesquisado pelos especialistas é a madeira. Eles são responsáveis pelo estudo da gestão e comércio da matéria-prima, sempre preocupados com o reflorestamento e com o uso de forma sustentável. Além disso, os engenheiros florestais são capacitados para criarem novas tecnologias que explorem os recursos naturais de maneira consciente, respeitando a preservação ambiental de cada região.

O uso e a adaptação de produtos florestais aliados à preservação ambiental surgiram pela primeira vez no século XVI, quando os chineses criaram as primeiras técnicas de cuidados e manejo das florestas. Ainda nesse período, apesar de muitos europeus explorarem as matas sem cuidado, surgiram as primeiras legislações que determinavam o reflorestamento de áreas desmatadas, especialmente na França e na Alemanha.

Já no século XX entraram em cena empresas madeireiras, e o papel do engenheiro florestal tornou-se indispensável para a exploração responsável dos produtos florestais. Nas matas, eles atuam ainda em parceria com biólogos, geólogos e cientistas ambientais para desenvolver as melhores soluções para as florestas. No Brasil, os primeiros cursos de ENGENHARIA FLORESTAL surgiram na década de 1960, na Universidade Federal de Viçosa, em Minas Gerais e posteriormente, na Universidade Federal do Paraná.

Ciência médica que previne doenças e restaura saúde de animais domésticos e silvestres, a MEDICINA VETERINÁRIA é uma área que vai além do atendimento em consultórios e clínicas. Tais como os biólogos, os veterinários são apaixonados pela vida, e claro, pelos animais. Por isso, a área também permite atuação em diversos ramos da Medicina e saúde pública. Médicos veterinários podem, por exemplo, trabalhar em áreas de conservação natural e instituições de vigilância sanitária, inspecionando alimentos de origem animal.

A área permite a realização de pesquisas específicas voltadas para manutenção da saúde dos animais, bem como para a prevenção de zoonoses, doenças transmitidas aos seres humanos pelos animais e vice-versa. Portanto, além das disciplinas básicas de Medicina como histologia, citologia e anatomia, veterinários também devem ter no currículo matérias específicas, como bioquímica e biofísica de animais.

Os primeiros registros da MEDICINA VETERINÁRIA remetem ao ano de 3.500 a.C, quando egípcios e chineses já buscavam curas naturais para seus animais domésticos. Três mil anos depois, os gregos fizeram as primeiras pesquisas e experimentos com bichos. Mas foi apenas no século XVI, após a invenção do microscópio, que cientistas passaram a olhar com mais atenção os micro-organismos que causavam doenças em homens e animais. Surgiram assim novas possibilidades para carreira veterinária.

A cidade francesa de Lyon foi a primeira a receber uma escola especializada em MEDICINA VETERINÁRIA, em 1762. Posteriormente, Londres também inaugurou uma faculdade, que tratava especialmente animais domésticos e cavalos. No Brasil, o curso surgiu depois da fundação da Faculdade de Medicina (1815) e ganhou investimentos após o Imperador D. Pedro II visitar escolas de veterinária na França. Atualmente, diversas instituições de ensino públicas e particulares oferecem o curso que, tal como a Medicina, também ganhou desafios com a criação de vacinas e modernização de equipamentos.

Ciência que reúne conhecimentos de medicina veterinária, biologia e agronomia, a ZOOTECNIA lida com o estudo de animais rurais. Profissionais da área aprendem sobre a nutrição, reprodução e desenvolvimento genético dos animais da fazenda, criados para produzirem alimentos. Para isso, zootecnistas realizam pesquisas científicas e desenvolvem tecnologias para levar ao mercado alimentos como carnes, ovos, leites, bem como seus derivados com a melhor qualidade possível.

Apesar de também ser uma área que estuda os animais, a ZOOTECNIA não deve ser confundida com a Zoologia. Zootecnistas atuam no campo promovendo planejamento agropecuário e zelando pela qualidade de vida dos animais domesticáveis. Eles realizam modificações genéticas em laboratórios e auxiliam produtores rurais na escolha de vacinas, remédios, rações e vitaminas que são essenciais para a criação de rebanhos. Já os zoólogos estudam todos os aspectos da vida de diferentes grupos de animais, como alimentação, reprodução e habitat em que vivem.

Pesquisadores estimam que a domesticação dos animais no campo pelo homem tenha surgido na Ásia, há 7 mil anos a.C. Mesmo após diversas inovações no ambiente agrário, a ZOOTECNIA apareceu como disciplina apenas em 1848, no Instituto Agronômico de Versalhes, na França. Foi nesse período que o naturalista Emile Baudement escreveu a primeira tese que fundamentou todos os conhecimentos zootécnicos iniciais. Ele teorizava que o animal doméstico era uma “máquina viva transformadora e valorizadora de alimentos”.

sus
epsjv
fiocruz
farperj
cnpq