Uma carreira multidisciplinar que aplica física às pesquisas biológicas, a BIOFÍSICA examina fenômenos da vida desde a escala molecular a ecossistemas completos. Para compreendê-la é preciso conhecer a física do cotidiano aplicada ao estudo da natureza e à biologia. Essencial para o ensino da Fisiologia (processos físico-químicos que ocorrem nas células), a BIOFÍSICA é necessária para pesquisas em outras áreas científicas, como: nanotecnologia, bioquímica, magnetismo, bioengenharia e oftalmologia.
O estudo da BIOFÍSICA teve início no século XIX, quando os princípios da física estabelecidos por Isaac Newton começaram a ser aplicados nas ciências biológicas. Pioneiros na área, os alemães integraram as disciplinas de Física e Biologia na Escola Alemã de Fisiologia, facilitando as pesquisas do neurofisiologista Emil DuBois-Reymond. Ele foi o primeiro a descrever as descargas elétricas nos neurônios em 1948, e deu início a uma série de novas possibilidades para a comunidade científica da época, especialmente sobre a bioeletricidade.
Antes dele, em 1920, outros alemães já se interessavam pelos mistérios da radiação e sabiam que as células humanas eram afetadas por ela. No Brasil, os avanços na BIOFÍSICA foram possíveis graças aos esforços do cientista Carlos Chagas Filho. Segundo filho do descobridor da Doença de Chagas, o pesquisador iniciou sua carreira na Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro e se especializou em Física Biológica na Fundação Oswaldo Cruz, onde o pai também atuava. Chagas Filho foi o primeiro a estudar as curiosas correntes elétricas do peixe-elétrico Electrophorus eletricus, o Poraquê da Amazônia.