Linguística, Letras e Artes

É uma das áreas do conhecimento mais focada na comunicação entre seres humanos, expressões artísticas e culturais. Costuma estar muito atrelada às ciências humanas, mas com um foco nas ferramentas sociais ao invés do ser em si e suas relações, facilitando processos de comunicação.

Compreende os cursos de linguística, letras, artes, música, dança, teatro, cinema e fotografia. É indicado para pessoas criativas, expressivas e não convencionais.

De telas nos museus às telas do computador, as ARTES estão presentes em todas as sociedades e fazem parte da cultura dos povos de maneira abrangente. E apesar de aptidão para o desenho ser um ponto positivo para os que sonham com a carreira, a criatividade é a qualidade que está em alta no mercado e nas Universidades. Artistas não são apenas pintores de quadros. Seus trabalhos também podem ser usados no teatro, na fotografia, no cinema e na internet.

Por isso, bons cursos de ARTES não só oferecem cursos de pintura ou escultura. Há aulas de Comunicação, Filosofia, Sociologia e Antropologia que complementam a formação dos artistas. Tais áreas são importantes porque servem como base teórica dos trabalhos artísticos. Afinal, uma das habilidades mais valorizadas dos profissionais de ARTE é justamente a capacidade de sintetizar, criticar ou exaltar em figuras, esculturas, desenhos e animações a sociedade em que vivemos.

Apesar de muito antiga, a ARTE surgiu como disciplina acadêmica apenas em 1844, na Universidade de Berlim. Anteriormente, o historiador alemão especialista em arte Johann Winckelmann já havia apontado a importância de um artista estudar a história de sua profissão e é, portanto, considerado o pai da História da ARTE.

Feita pelos humanos como forma pictórica de representar a realidade, a ARTE começou nas paredes das cavernas. Mas ao longo dos anos, com o desenvolvimento de novas técnicas, ela não só começou a ter significados diferentes para sociedade, como também passou a ter novos valores. Assim, a Renascença, por exemplo, valorizou artistas que pintavam quadros ultra-realistas, como Leonardo Da Vinci e Rafael.

Aos poucos, a ARTE tomou outros rumos e novos movimentos surgiram. Após a invenção da fotografia, o real passou a não ser mais aclamado por grandes artistas. Foram criadas formas renovadas de percepção da ARTE, presentes em movimentos como o impressionismo e pós-impressionismo, ambos liderados por artistas europeus. A ARTE também se inovou após as Grandes Guerras Mundiais: Abstracionismo, Cubismo, Surrealismo, Dadaísmo e Pop Art invadiram museus e galerias até a chegada de inovações tecnológicas que permitiram instalações visuais e até mesmo o surgimento da ARTE digital.

Estudar LETRAS é conhecer a literatura de uma língua e descobrir como ela é responsável por mudanças na sociedade e na comunicação. Por isso, a disciplina não se restringe apenas em analisar a gramática de um idioma. Faz parte da profissão pesquisar sobre a vida e obra de inúmeros autores. E é por meio dessas pesquisas os bacharéis e licenciados em LETRAS são capazes de interpretar textos com precisão.

Portanto, profissionais dessa área devem estar em constante atualização e nunca parar de estudar. Afinal, as línguas não são estáticas. Elas mudam de acordo com a cultura de cada população e podem ganhar sempre novas expressões idiomáticas. Novas mídias, o cinema, a cultura popular e a Internet também são responsáveis por essas modificações.

O interesse do homem pelas línguas e suas linguagens vem de longe. Civilizações antigas, como gregos e egípcios já desenvolviam seus próprios símbolos e alfabetos para se expressarem, contarem suas histórias, mitos e lendas. Os gregos, por exemplo, foram estudiosos dos conceitos e designações das palavras. Mas apenas no século 19 pesquisadores começaram a ter contato com novas línguas pelo mundo e se dedicam a estudar as línguas vivas, suas gramáticas, bem como suas influências na história das sociedades.

Em 1816, o linguista alemão Franz Bopp foi o primeiro a descobrir um parentesco entre as línguas ao fazer comparações entre o grego, latim, persa e germânico. Ele criou uma gramática comparada desses idiomas e influenciou muitos outros pesquisadores que se dedicaram a estudar literatura. No Brasil, o primeiro curso de LETRAS foi oferecido pelo Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro em 1837. Apenas na década de 1930 – com a criação do Ministério da Educação – Universidades passaram a oferecer o curso de ensino superior na área.

A LINGUÍSTICA investiga a língua, estuda a gramática, linguagem verbal e escrita e a evolução de um idioma. Pesquisadores da disciplina têm o papel de investigar expressões idiomáticas, variações regionais e modificações de uma língua ao longo do tempo, levando em conta a influência de fatores sociológicos e antropológicos.

Além de estudar a formação de línguas clássicas, estrangeiras, modernas e até mesmo indígenas, graduados em LÍNGUÍSTICA também atuam em parceria com profissionais como fonoaudiólogos. Podem inclusive realizar estudos com o auxílio de computadores e inteligência artificial para o desenvolvimento de softwares e programas eletrônicos e trabalhar com inclusão social por meio da linguagem de libras, também conhecida como a linguagem dos surdos.

Quando a análise filosófica das línguas começou por meio da retórica – a arte do discurso e da palavra – gregos e romanos foram os primeiros a estudá-la. Mas a LINGUÍSTICA só ganhou a forma de disciplina entre os séculos XVIII e XIX, quando filologistas (que estudam e interpretam documentos antigos) precisaram compreender as variantes linguísticas que encontravam durante as pesquisas.

Os alemães Friedrich Nietzsche (1844-1900) e Karl Schlegel (1772-1829) já analisavam a origem das palavras em suas obras, mas o suíço Ferdinand de Saussure (1857-1913) foi pioneiro no estudo da semiologia, ou seja, a ciência que analisa as palavras e o sistema de comunicação de uma sociedade. Assim, a LINGUÍSTICA passou a levar em conta outras disciplinas, como Antropologia, Comunicação e Psicologia – já que todas elas influenciam a formação de uma língua.

No século XX, o linguista norte-americano Noam Chomsky (1928) revolucionou a disciplina ao criar a teoria da gramática transformacional. Segundo ele, humanos possuem regras que lhes permitem distinguir as frases gramaticais das frases agramaticais, captando as intenções do falante nativo sobre as relações que existem entre as palavras e entre as sentenças. A única que não segue esta teoria é a língua Pirahã, falada por um grupo indígena que habita as margens do rio Amazonas.

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